A couve é uma hortaliça rica em nutrientes e muito versátil. Quem cansou do tradicional…

Couve-manteiga: da Antiguidade à mesa brasileira
Entre os sabores que marcam presença nas hortas e nas cozinhas brasileiras, a couve-manteiga tem lugar de destaque. Seja acompanhando uma feijoada, em sucos verdes ou refogada no alho, ela carrega uma história rica e milenar. Mas você sabia que o consumo da couve atravessa séculos e culturas, passando por diferentes formas de preparo e significados? Neste post, vamos conhecer a trajetória dessa hortaliça tão presente nas nossas receitas e tão generosa nas nossas hortas.
Uma planta com raízes antigas
A couve-manteiga pertence à espécie Brassica oleracea, a mesma do repolho, brócolis e couve-flor. No entanto, sua variedade acephala – sem cabeça ou coração definido – é uma das mais antigas da espécie. O repolho, por exemplo, é a variedade com cabeça. Registros históricos mostram que os gregos e romanos já cultivavam e consumiam couve há mais de dois mil anos. Para eles, além do valor alimentar, a couve tinha importância medicinal. Era usada para aliviar dores digestivas, reduzir inflamações e, curiosamente, para prevenir os efeitos do vinho em excesso.
Durante a Idade Média, o cultivo da couve se espalhou pela Europa. De fácil cultivo, resistente ao frio e altamente nutritiva, tornou-se uma planta essencial nas hortas monásticas e nos jardins das casas camponesas. Em Portugal, ela encontrou clima ideal e foi incorporada a pratos tradicionais que atravessaram gerações – como o caldo verde, onde a couve é fatiada bem fina e adicionada a uma sopa de batata cremosa.
O encontro com o Brasil
A couve-manteiga chegou ao Brasil pelas mãos dos colonizadores portugueses, mas ganhou nova vida em solo tropical. O clima favoreceu seu cultivo quase o ano inteiro, e a hortaliça rapidamente se espalhou pelas hortas das roças e quintais urbanos. Mas foram os africanos escravizados que lhe deram nova expressão: refogada com alho, óleo de dendê ou banha, passou a acompanhar pratos ricos como o angu, o feijão e, mais tarde, a feijoada.
A cozinha afro-brasileira valorizou a couve não apenas pelo sabor, mas também pelo que ela representa: força, resistência, conexão com a terra. Em alguns contextos culturais e religiosos, ela é associada à purificação e à vitalidade, sendo usada tanto na alimentação quanto em banhos e oferendas.
Do mundo à sua horta
Hoje, a couve-manteiga é uma das hortaliças mais cultivadas no Brasil. Além de ser extremamente versátil na cozinha, ela também é uma ótima opção para quem cultiva em casa. Suas folhas podem ser colhidas de forma escalonada, permitindo um uso contínuo por vários meses, e a planta se adapta bem a diferentes espaços – de grandes canteiros a vasos em varandas.
Além da clássica couve-manteiga de folhas largas e verdes, existem outras variedades interessantes para experimentar, como as couves americanas tipo kale (mais enrugadas) e versões híbridas com cores arroxeadas, ideais para quem busca mais diversidade nutricional e estética na horta.
Plantar é também preservar sabores
Cada folha de couve carrega não só nutrientes como cálcio, ferro, fibras e vitaminas, mas também séculos de história, encontros de culturas e transformações. Plantar couve em casa é mais do que garantir uma verdura fresca à mesa – é continuar uma longa tradição de cuidado com a terra e com a saúde.
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